São mais de 40 anos de muito Rock 'n Roll e Blues no país do sampa.Sempre muito fiel ao verdadeiro Rock and Rock 'n Roll e ao Blues de primeira qualidade!!!
Anos de 1960 na Vila Pompéia: É absolutamente impossível falar em Rock brasileiro sem que o MADE IN BRAZIL não seja lembrado, afinal, a troupe liderada por Oswaldo Vecchione contribui há 30 anos com a mais autêntica de todas as facções do Rock: o bom, velho e irresistível Rock ‘n’ Roll, sem nunca deixar de lado o Blues.
Os irmãos Vecchione, Oswaldo e Celso, moravam na Pompéia, bairro de classe média na zona oeste de São Paulo e “Meca” dos roqueiros paulistas. Pois foi lá também que os irmãos Arnaldo e Sérgio Dias fundaram “Os Mutantes”, juntamente com Rita Lee, que depois viria a formar o “Tutti Fruti ”, com Luiz Carlini e Lee Marcucci. Mais recentemente, André Christovam manteve a tradição do bairro em gerar sempre grandes feras e bandas de rock e blues.
Foi na Pompéia que os irmãos Vecchione descobriram o rock e o blues, ouvindo e colecionando discos de 78 rotações de Elvis Presley, Jerry Lee Lewis, Little Richard e, em especial, “Bill Haley and His Comets”, que vieram ao Brasil no final dos anos 50 fazer algumas apresentações em São Paulo. Foi assistindo a um desses shows, televisionados pela TV Record (SP), que os “Vecchione Brothers” tomaram a mais importante decisão de suas vidas: formar uma banda pra tocar Rock ‘n’ Roll!!!
Entretanto, até conseguirem os violões elétricos que tanto queriam, muita água rolou pelo Rio Tietê...
Em 63, Celso descola um violão comum e resolve estudar música numa escola. Só consegue agüentar umas 3 aulas, pois o professor só queria ensinar Bossa Nova e uns sambinhas sem vergonhas. É lógico que não deu pedal!!! Mas a salvação da lavoura logo aparece, quando Celso faz amizade com dois guitarristas da Pompéia, o “Bororó” e o “Pataca”,e começa a receber uns toques e dicas que repassa para Oswaldo. O processo de aprendizagem se acelera, com mais dicas e conselhos de Sérgio Dias, que já era nessa época um mestre na guitarra.
Logo depois, Oswaldo e Celso, ao invés de pagarem as mensalidades do colégio, usam o dinheiro para comprar um amplificador e uma guitarra “Rei” de segunda mão. Resultado: quase foram expulsos de casa!.
Nessa época, o rock solado, sem vocal, tipo The Ventures, The Shadows, Duane Eddy, etc, estava começando a cansar, e o rock ‘n’ roll começou a pintar novamente com muita força. Era o início da invasão inglesa, com muitas bandas, dando uma roupagem nova às músicas de Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis, Buddy Holly, entre outros.
Celso, que já arriscava alguns solos e já estava ensaiando e tocando em um grupo de rock, “Eduardo e seus Menestréis”, e Oswaldo, que havia aprendido a fazer ritmo na guitarra, tomam coragem e resolvem dar o pontapé inicial num grupo de rock. Para isso recrutam 3 amigos da escola: para a bateria chamam Celso “Cebolinha”, que havia estudado no ginásio com Oswaldo e que tinha uma bateria (coisa rara na época). Albert Seid foi convidado a assumir o contra-baixo, e para os vocais chamaram Cornélio de Aguiar Neto (os dois últimos estavam estudando no Colégio Oswaldo Cruz com Celso e Oswaldo).
O pai dos garotos, seu Oswaldo, vendo que eles progrediam rapidamente e que estavam realmente levando a coisa a sério, resolveu dar uma força e comprou, para incentivá-los, 2 amplificadores profissionais.
No primeiro ensaio não oficial do MADE IN BRAZIL, os músicos tiveram a colaboração de Serginho (Mutantes), que veio dar umas noções gerais de como estruturar um ensaio e inclusive fez a guitarra-solo, já que Celso não pôde estar presente (estava em reunião com o pessoal do grupo de rock “Eduardo e seus Menestréis”- Jabaquara-SP, se desligando do grupo).

Arnaldo Dias também ajudou Cornélio, tirando dos discos as letras das músicas que seriam ensaiadas pelo grupo. O MADE IN BRAZIL retribuía a gentileza cedendo amplificadores de guitarra e contra-baixo para Os Mutantes usarem em shows.
A partir desses dois primeiros ensaios, o grupo começou a ensaiar um repertório com músicas de seus ídolos: The Animals, Ray Charles, The Who, The Kinks, The Dave Clark Five, The Rolling Stones, etc... Esse primeiro repertório foi estruturado com mais de 60 músicas ensaiadas, sendo alguns blues tradicionais e muitos rhythm ‘n’ blues e rock ‘n’ roll.
A idéia do nome surgiu a partir de uma lista elaborada pelos músicos, com mais de 100 sugestões. Entre elas, as mais votadas foram “PINK PIGGS”, “BEAT UP” e “MADE IN BRAZIL”. Acabaram optando por MADE IN BRAZIL, que foi bolado por Oswaldo, que era uma espécie de gozação, já que a postura e imagem do grupo estavam mais para uma banda européia do que para o país do Samba!!!
Os garotos ficaram alguns meses ensaiando e maltratando os ouvidos da vizinhança e já estavam prontos para cair na estrada!

O MADE se apresentou com a seguinte formação: Oswaldo – guitarra-ritmo, “Cebolinha” na bateria, Celso – guitarra-solo e baixo, Binda - vocal, guitarra-solo e baixo.
Com essa mesma formação o MADE se apresenta também pela primeira vez em um musical de TV, o programa “Julio Rosemberg”, que ia ao ar todo domingo pela extinta TV Tupi (SP), Canal 3, onde se apresentavam conjuntos e artistas de rock da época.
Logo depois, já em 68, novas mudanças na estrutura da banda: Cornelius volta para os vocais, Binda se desliga do grupo, Albert também volta e o MADE resolve inovar convidando Nelson Pavão para fazer a segunda bateria. Nelson, um super baterista para a época, introduziu e desenvolveu a técnica para dois bumbos e três ton-tons no Brasil. Com uma enorme cabeleira estilo “black power”, passa ser a atração da banda, com seus longos solos.
Após alguns shows, Cebolinha saiu do grupo deixando a formação só com uma bateria.
O ano de 68 passa rapidamente, com muitas apresentações do MADE para a colônia americana de SP; foram feitas muitas apresentações nos colégios americanos “Chappel School” e a “Graded School”; festas particulares para os alunos na zona sul, vernissages e shows nas galerias de arte; programas de TV, etc. O ano termina com chave ouro, com a contratação do MADE para uma temporada de 4 fins de semana na boate BOBS, que ficava no centro da efervescência paulistana, a Rua Augusta, que logo vira o point da galera, “Porta de Hospício” da época. Os shows são prestigiados pela vanguarda paulista e brasileira da época; era comum ver entre o público o pessoal da Tropicália, músicos, atores de teatro e de TV, entre outros notáveis, se esbaldando, dançando ao som do MADE.
O MADE passa a se espelhar nos Rolling Stones. Do mesmo modo que o visual e as atitudes de Jagger & Richards e asseclas chocavam o mundo, o MADE abusava para os padrões ainda mais conservadores do Brasil (que estava mergulhado em uma ditadura militar de direita), ostentando cabelos longos, roupas prá lá de extravagantes, super coloridas, enfim uma postura e comportamento agressivo e rebelde fora e dentro do palco. Nos shows os músicos completavam o deboche com uma maquilagem circense e visual hiper sexy .
No show de aniversário de uma rádio de São Caetano do Sul – ABC/SP, o MADE deixa mais de 10.000 pessoas dentro do Ginásio Municipal com a boca aberta literalmente, quando detona um rock pulsante, com uma forte marcação, acompanhados por um “happening” que o pintor e artista plástico Antônio Peticov preparou, pintando o rosto, as mãos e as roupas dos músicos com tinta acrílica, e num blackout total acendeu algumas luzes negras, que chegaram de San Francisco-USA. Essa apresentação foi uma verdadeira loucura, quase provocando medo e histeria entre a multidão presente. Peticov , nessa época, passa a apadrinhar e a convidar o MADE IN BRAZIL para participar de vários shows que produziu, como os Festivais de Rock no Auditório do Jornal Folha de São Paulo, na vernissage da exposição do pintor Rubens Gerchen, na Galeria Art Art, na inauguração da Butique Poster Shopping (Rua Augusta), entre outros...
Nessa época, a figura carismática e andrógina de Cornelius “Lucifer” passa a ser o grande destaque da banda. Ele fez escola, com um grande número de imitadores pelo Brasil .
Em Janeiro de 72 o MADE é convidado novamente para o grande Show de Aniversário de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, juntamente com os Mutantes e muitas outras bandas da época. Nesse ano, mais mudanças: Nelson deixa a banda; aí o MADE tenta novamente atuar com dois bateristas, entram Franklin Paolillo e Ricardo Fenili; e no teclado entra Onisvaldo Scavazzini. Rolam muitos shows importantes como os dos Teatro Aquarius, Teatro Oficina e Teatro do MASP.
Teatro da FAAP, Teatro Vereda, Teatro da GV, e aí o grupo descobre um novo filão para as suas apresentações: os Clubes onde passa a atuar com muita freqüência - só no Clube Palmeiras fez mais de 20 apresentações naquele ano.
Achando que já estava na hora, Oswaldo e Celso começam a compor rocks, baladas e blues com letras em português, que passaram a ser executadas nos shows juntamente com os covers e clássicos internacionais que a banda vinha apresentando desde o seu início.
Em 73 Oswaldo deixa a guitarra-ritmo e passa para o baixo; para a 2ª guitarra é convocado outro músico da Pompéia, Wesley “Lely” Noronha. Nesse ano o MADE é contratado como atração fixa do programa da TV Record–SP, “Papo Pop”, que era apresentado pelo DJ e grande divulgador do rock no Brasil: o saudoso BIG BOY. O programa, durante os oito meses em que esteve no ar, apresentou e serviu de vitrine para as bandas e cantores de rock daquela época . Em todos os programas os músicos do MADE se apresentavam maquilados, como faziam desde 69 .
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