Como se não bastasse, o País vivia, na época, sob uma terrível ditadura militar. E o Rock era um dos alvos prediletos dos generais. “ Tive de justificar muitas letras na polícia federal. Fiz uma música em homenagem a minha filha e eles censurara. Alegaram duplo sentido!”, testemunha Oswaldo. “ Lembro de um dia em que comecei a reparar em dois caras me observando de binóculo, em frente meu apartamento. Eles ficavam dias... pô aquilo incomodava!”, desabafa Gerson Conrad. Outro ex-SEM, João Ricardo, teve diversas músicas censuradas, como a inédita “Tristeza Militar”. Ele relembra que o sucesso estrondoso e o visual – por incrível que pareça – ajudaram o Secos e Molhados a escapar da fúria dos militares. “O censor tentava recriminar, ai ver o show e gostava... Devido aquele visual, as crianças e as esposas deles adoravam a banda. Como o cara ia fazer!?” ironiza. “Eles tiravam discos das lojas. Letra tinha de ser mais leve, se não barravam”, lamenta o cantos e guitarrista Sergio Hinds, d’O Terço.
Muitos criaram táticas para driblar a censura, como Raul Seixas, que camuflou o significado real de suas letras por meio da ironia. Mesmo assim, foi preso, torturado e exilou-se para não morrer. No Brasil dos anos 70, o Rock sobrevivia como podia.
Muitos criaram táticas para driblar a censura, como Raul Seixas, que camuflou o significado real de suas letras por meio da ironia. Mesmo assim, foi preso, torturado e exilou-se para não morrer. No Brasil dos anos 70, o Rock sobrevivia como podia.
Sergio Hinds (guitarrista do grupo O Terço)

Gerson Conrad (ex-Secos e Molhados)
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